sexta-feira, 31 de julho de 2009

Dedicação, eis a solução

Vivemos numa sociedade capitalista onde conseguimos agregar valor a tudo e todos, inclusive aos princípios morais, às vezes damos mais valor às coisas monetariamente mais caras do que as qualitativamente melhores.

Esse episódio poderia ser retratado perfeitamente quando, a Secretaria de Jovens de Goiabeira, que faço parte, promoveu um curso de redação para todos moradores interessados em aperfeiçoar ou aprender a arte de dissertar. No início... a frase universal “tudo são flores”, conseguimos facilmente preencher 25 cadeiras numa sala cedida pela Escola Estadual João Carneiro, aos domingos pela manhã, o curso totalmente gratuito, sem nenhuma taxa de inscrição ou prerrogativa para ingressar no mesmo. O curso estava programado para 64 horas de carga horário, 16 encontros, 4 meses de duração, mas como eu disse, E S T A V A programado, não contávamos com o descaso do povo para aquilo que era gratuito, fechamos o curso em apenas 8 encontros e com apenas 8 alunos freqüentando até o final as aulas.

Provavelmente se fosse o curso particular, mesmo o conteúdo inferior ao gratuito, teríamos a sala cheia todos os encontros, teríamos alunos mais dedicados e interessados.


E é nesse mar de valores que somos jogados, hoje valemos o que temos e não o que somos. Hoje não adianta o funcionário da empresa ter boa vontade, integridade, inteligência se o mesmo não produz, não gera lucro, não dá rendimentos reais e altos à sua empresa, que lhe tem como mercadoria e massa de manobra para gerar faturamento contínuo e duradouro.
Henry Ford, um dos pioneiros nas teses sobre a Administração de Empresas, soube pregar bem os modos de produção em série, onde os custos seriam reduzidos, a massa consumidora poderia consumir sem produto com um preço acessível e assim alavancar os lucros em larga escala. E é nesse processo de padronização dos trabalhadores sem qualificação profissional estão chegando e cada vez mais gerando mais riqueza para quem mais a detém.


Você deve estar se perguntando o que tem a ver uma coisa com a outra. Mas tem lógica, pois é tudo isso que o sistema quer, qualificar a minoria e torcer para a maioria não se qualificar para assim se transformar em massa de trabalho de baixa remuneração.
Portando, se ligue na vida, você que é um simples mortal, que acha que cairá um pacote do céu no seu colo com sucesso profissional e remuneração digna. A justiça de Deus não falha e nem tarda, mas não se esqueça que pra chegar lá onde ele é quem manda na justiça... tem muito a fazer aqui na terra, onde a justiça está muito longe de ser divina.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Paguei, pago e pagarei sempre o preço!


“Parar, não paro.

Esquecer, esquecer não esqueço.

Se caráter custa caro, pago o preço.

Pago, embora seja raro.

Mas homem não tem avesso

e o peso da pedra eu comparo

à força do arremesso.

Um rio, só se for claro.

Correr sim, mas sem tropeço.

Mas se tropeçar não paro,

não paro, nem mereço.

E que ninguém me dê amparo,

nem me pergunte se padeço.

Não sou, nem serei avaro.

Se caráter custa caro, pago o preço”

Sidónio Muralha

Que lindo poema!

Fascinado fiquei com esse conjunto de palavras que duma maneira magnífica consegue transparecer a minoria que tanto defende, honra e preza pelo caráter.

Além de custar muito caro, caráter ultimamente está em extinção, vivemos numa sociedade onde os valores morais são substituídos pelos valores agregados ao monetário. Aos que lhe faltam tal virtude... a frase é célebre: “Não há ninguém que não tenha seu preço”. Muitos se vendem baratos, outros vão de graça... basta arrumar um emprego... ele vende o serviço dele, ganha uma remuneração em troca e acha que ta devendo a vida ao indivíduo que lhe proporcionou tal emprego.

Penso que o resultado do caráter dum indivíduo é propiciado pela nossa maior instituição: a família. O filho terá, sem dúvidas, uma outra visão das atitudes ilícitas diante do aprendizado e dos exemplos que sua família lhe dá.

Eu, posso me queixar de tudo nesta vida, mas nunca serei ingrato ao dizer que meus pais me deram maus exemplos dentro e fora de casa. Dou graças a Deus por isso, eu tenho orgulho em relatar a todos que perguntam de onde é minha origem.

Meu pai já trabalhou no motor de sisal, recolhendo lixo por Goiabeira, colocando água em dorna nas residências de Goiabeira, já foi presidente da Associação do povoado, diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Coité, já foi dirigente de comunidade, já foi e é trabalhador rural, continua sendo a pessoa humilde que sempre foi e quando perguntado se não mudaria de opção política... por mais que já tenha presenciado inúmeras vezes tal cena... não me cansava de ver ele, com as mãos calejadas e sofridas para dar sustendo à família, mostrá-las sem timidez alguma a um poderoso político coiteense e lhe dizendo:

“__Tá vendo isso aqui? É feio! Eu sei... mas nunca passou por essas mãos desonestidade e canalhice”

Eu me enchia de orgulho no momento, me espelhava e me espelho nele, no seu caráter, na sua luta por dias melhores, na esperança por um município melhor, em defesa de sua classe e de seus ideais.

Sei que sou muito novo, ainda tenho muito o que pagar, pagarei e sem nenhum arrependimento esse peso tão caro e tão raro. Mas ficarei eternamente grato a Deus por ter me dado tanta força, ao resistir os benefícios da vida fácil, corrupta e conveniente.

Parafraseando D2...

“Se tudo tem um propósito
a gente não é só um numero
o que me parece lógico deixa o nome no muro
não tiro o pé não corro da dividida
deve a ver eu acho um propósito pra essa vida
escrever o nome da gente honrar a nossa família
porque se a gente tá vivo então coloca a pilha
get up, stand up, sai de cima do muro
vai botar a cara a tapa e vamos fazer barulho!”

Fazendo barulho, pagando o preço que for! Continuarei sempre na luta contra os meus inimigos, e como já dizia Cazuza... “os meus inimigos estão no poder”

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Deus me livre desse tal Cristianismo.


Viva a Deus! Glória a Deus! Aleluia, Em nome de Jesus, Paz do Senhor meu irmão! Tantas palavras bonitas que poderiam ser a solução dos problemas de todos os humanos carentes da palavra de Deus.

O que vemos no nosso país, é uma indústria em larga escala de mercearias de Deus, eles o tratam como um produto, um grande e valioso produto capaz de lhe tirar das dificuldades financeiras e lhe colocar no poder, ganhar muito dinheiro e prosperar, não importa se o teu irmão ta passando fome na rua, não importa quantos dias ele comeu um pão, tomou um banho, o que importa agora é o “Eu”. “Eu sou abençoado”, “Eu me converti e alcancei a graça”. Será mesmo?

Jesus foi a pessoa mais simples e sem nenhuma prosperidade financeira que habitou essa terra, vivia de atos e missões, sem sequer um jumento pra montar... já que na época não tinham automóveis, nasceu num lugar totalmente sujo, fedendo a merda de gado, passou sua vida em missões querendo libertar a mente do seu povo pecador. Não sou muito assíduo às leituras bíblicas... mas gostaria de ler esse livro bíblico que Jesus conseguiria acumular fortunas, ser luxuoso e pregar a prosperidade financeira .

Vivemos num Cristianismo falso, horrível e nojento. Não importam mais com o irmão passando necessidade, não importa ver as injustiças comedidas na política, não importa o desmatamento ambiental, não importa se você tem demais e o outro não tem nada. As explicações para esses acontecimentos são tradicionais: “Ele não aceitou
Jesus como eu! Eu fui abençoado, pois pago meu dízimo em dia e sou fiel a Deus” ou então... “Deus que quis assim”.

Adoram colocar a culpa no Deus que tanto veneram e louvam, se chove... foi Deus que mandou a chuva, mas continuamos desmatando nossas florestas e tragédias ambientais acontecendo diariamente... Ah sim! “Está escrito na bíblia, é o fim dos tempos”. Ora meu amigo, acorde pra vida! Deus não criou esse mundo com data de validade, quem escreverá a permanência humana na terra é o próprio homem. Deus tem tanta coisa pra se preocupar, não vamos colocar culpa nem deveres nele.
Vossos cristãos louvam a Deus, estão diariamente na igreja, fazem as preces necessárias, pagam o dízimo, jejuam, mas quando vão para a prática... tudo vira merda!

Empresários cristãos, pagam mal seus funcionários, os tratam como escravos, não pagam seus direitos trabalhistas, tampouco suas horas extras. Pouco lhe importa em ver seu empregado morrendo de fome, afinal entre o lucro e a palavra de Deus... não é toda hora que deve-se servir a Deus fervorosamente não é? Cristãos que não sabem dizer por favor, obrigado, não tem de que, com licença, deselegantes ao extremo, reclamam do estado do meio ambiente, mas são incapazes de jogar um lixo na lata quando estão em locais públicos.

Diante desse falso moralismo, dessa falta de ética, dessa religiosidade espiritual sem manifestações concretas de servir e seguir ao verdadeiro Jesus Cristo, honrar seu nome e tentar viver como ele, lutando pelos pobres, clamando por justiça social... eu prefiro dizer: Deus me livre desse falso, nojento, capitalista e depravado Cristianismo.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Pobreza publicitária

Numa cidade comum, com pessoas comuns, de hábitos comuns, todo cenário de vida pacata e tranquila, mas o que vemos em nossa cidade, quando o assunto é politicagem, é bem mais assustador que pesadelo infantil com Michael Jackson, mais horrível do que ver Hamilton Rios discussando, é mais cômico que ver Vertinho sendo artilheiro do Intermunicipal.

Bem meus amigos, é bem na Região Sisaleira, em Conceição do Coité, que temos uma mídia inútil, completamente mercantilizada na lei da oferta, e por se tratar dum assunto tão complexo... abro espaço no meu blog para meu amigo Waguinho, a quem tenho profunda admiração e desde já agradeço tal participação, com suas belas palavras e com uma capacidade extraordinária capacidade de raciocínio, analisar tal situação:

"Pobreza publicitária


Existia uma briga tremenda antigamente: de um lado Durkheim que achava que o cientista consegue ser imparcial em suas análises e, do outro, Karl Marx, seguido por Weber e outros que entendem que todo julgamento e toda pesquisa é influenciada pelo lugar ao qual se analisa e pelos valores de quem analisa.


Quem está certo? Sem dúvidas que o Marx, né? Não conseguimos falar sem que nossos interesses sejam o motor que move nossa boca.

A questão é: Quais interesses?


Há alguns anos atrás a revistinha VEJA publicou uma matéria onde dizia que o Paulo Freire queria implantar o socialismo na mente das pessoas. Mas, quer dizer que o ensino que vemos aí, ainda trazendo marcas da ditadura, não é para implantar o neoliberalismo? Porque tanto medo do método de Freire para educar os velhos? Seria porque, educando os velhos, eles veriam os cabrestos sendo desamarrados?


Bem, tudo é sim interesse! É por esta razão, que tem um sitezinho em Coité, de péssimo gosto, diga-se de passagem, com um layout horrível, com matérias idiotas e, o pior de tudo, totalmente tendenciosa. O mais engraçado é que ao abrir o site tem lá: Deus é fiel!


Misericórdia: quando essa galera chama por Deus, eu repreendo! Tá amarrado, Satanás!


O que mantém este site no ar?


Quem mantém? Chegou-me às mãos a resposta: um contrato com a prefeitura! Quer dizer então, que o site é da prefeitura? Ou a prefeitura o mantém para que este site espalhe os velhos discursos cosméticos de sempre? Como julguei: o site é de uma pobreza terrível. Até as mentiras são as mesmas. Por favor, mostrem-me mentiras novas!


O que mais me chamou a atenção no contrato foi:


Contratado - Elaborar o material conforme solicitado pela contratante

Em outras palavras: Rabo preso!


Agora que jornalismo não é mais profissão reconhecida, o diploma não vale, qualquer mané consegue ganhar dinheiro com site e publicidade. Inclusive o dono deste site, que sem ter nível superior, fecha um contrato de R$ 5.400 reais."


Wagner Martins
Teólogo

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Por que criar um Blog?


No início a rejeição era enorme, o hábito de escrever me dificultava aprender a gostar dos Blogs, além de ser uma ferramente utilizada para emitir opiniões tendenciosas é um ambiente para discussões, e foi isso que me fez prefetir o orkut, onde obtendo uma leve experiência em comunidades, participando ativamente de algumas nas suas respectivas discussões.

Já dizia Monteiro Lobato: "um país se faz de leitores". Daí pensei... oras... se sou um bom leitor... como exercitarei toda minha bagagem sem utilizá-la e exercitá-la? Foi aí que pensei em criar um blog e postar minhas idéias, testar e auto-criticar meus textos.

Agora depois de dedicar minha juventude para coisas desnecessárias, começo a me interessar por esse mundo fantástico da leitura e da busca pelo conhecimento, com único objetivo de obter o maior patrimônio que o ser humano pode ter, aquele patrimônio que ninguém conseguirá lhe tomar, roubar: O CONHECIMENTO ADQUIRIDO DE FORMA CONSCIENTE.

Confesso que não ficarei sem postar textos ácidos e não muito apetitosos para os que mantém e sobrevivem do poder, poderei ter , doravante, outra justificativa para permanência desse blog, mas por enquanto o motivo primordial é esse, exercitar o apetite pela escrita.