quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Belo Monte e a cambada global

Foi interessante ver o vídeo dos atores globais tentando se passar como preocupados com as questões ambientais e sociais do nosso país, pena que pareceu mais um trabalho encomendado, assim como eles fazem as novelas, comerciais e séries. Um vídeo com a belíssima Ísis Valverde (como diriam os caras da propaganda da Schin "espetáculo essa Ísis"), dando aquele ar de dúvida no meio da cena. Não me assustaria se estivessem nesse vídeo Hebe Camargo, Preta Gil, Ivete Sangalo e outros que fizeram o fracassado movimento "Cansei".

Um ator que eu não sei o nome, pediu pra todos se mobilizarem, e mandou todos irem às ruas reivindicarem. Maitê e Cissa falam que o projeto precisa ser apreciado pela população. Pasmem! Eu nem era nascido e esse projeto já era discutido e amplamente divulgado como uma obra a ser feita, votamos em deputados para eles nos representarem e votarem por nós, ou não é essa a verdadeira democracia representativa? 
A patética estratégia global claro que conseguiu atrair seguidores, afinal de contas temos ainda um grande número de alienados e mal informados, nossa imprensa é golpista, pilantra e ainda paga de santa. Gastaremos mais com a Copa do Mundo do que com a construção da usina, mas quem reclama da Copa? Você acha que a Globo vai mandar seus empregadinhos falarem mal da copa do mundo de futebol? 
O cientista Eriberto Leão tenta dar umas aulas de energias limpas e baratas (risos). Todos eles tentaram, mas a tentativa de passar para a população um texto elitista moldado para tentar induzir o povo a ir contra o seu próprio interesse não passou despercebido, creio que faltou mais maquiagem na Ingrid coitada, (a guria é feia) ou até mesmo o reforço de peso do Faustão. Quem sabe na próxima!

domingo, 19 de junho de 2011

Só salvo o planeta se puder ter lucro com isso!


Esse é o lema amigo! O mascarado discurso da sustentabilidade entre as empresas transnacionais está longe de ser realmente uma preocupação com a permanência da existência humana no globo terrestre. A pergunta mais ideal seria: Quanto eu posso me sacrificar a ponto de não reduzir meus lucros?

Não vemos ninguém discutindo sobre metas para plantio de árvores, recomposição de florestas, combate aos devastadores de floresta, por uma fiscalização mais forte nas áreas devastadas. O que presenciamos são discussões de como podemos maximizar os lucros e efetuar projeções de crescimento sem se preocupar com o desenvolvimento.

Precisa-se mudar esse conceito de capitalismo selvagem e ter o mínimo de razão para perceber que não é uma questão simples, é questão de sobrevivência, não podemos achar que a merchandising nas mídias, seja ela impressa, digital ou televisiva, vá resolver os problemas das futuras gerações, como por exemplo, a escassez de água.
 
Quero que o país cresça, mas de forma planejada e sustentável, mesmo que isso nos ponha, a curto prazo dentre os menores crescimentos econômicos do mundo, mas que nos coloque nas primeiras colocações dentre as nações que se preocupam com o nosso futuro e que querem um país desenvolvido e não apenas com altas de crescimento econômico.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

A preferência do torcedor brasileiro e da imprensa.

É notória e incontestável a influência da mídia nos lares brasileiros, podemos tomar como exemplo a maior paixão brasileira, o futebol, e como ela consegue influenciar na escolha de quais times os brasileiros terão aptidão em torcer.

Na década de 80 a mídia televisiva não mostrava outra coisa a não ser jogos e reportagens do Flamengo, o mesmo foi se estendendo aos times do rio de janeiro como Vasco, Botafogo e Fluminense e depois pelos times como São Paulo, Palmeiras, Corinthians e Santos, quando um desses estavam fazendo mais sucesso que outros. Quase não existia canal de televisão e rádios regionais, a Globo e a Rádio Nacional, eram praticamente os únicos canais assistidos e ouvidos em toda região Nordeste, Norte e Centro-Oeste.

Nos estados dessas regiões, os times de futebol do estado eram conhecidos apenas nas capitais e pouco divulgados no interior. Como se ouvia falar muito nos demais times, não vemos tanta gente dessa geração no interior dos estados citados torcendo por times do seu estado. E isso foi passando através das gerações.

Hoje o cenário modificou um pouco, mas ainda encontramos municípios que não passam programação local, inclusive em povoados distantes dos grandes centros, o que ainda deixa o povo escolher times de outros estados nas competições futebolísticas.

Como hoje as emissoras de televisão e rádios chegam em todos os lugares, não somente a Globo, o povo começou a ter outras opções. Praticamente toda região hoje tem sua estação de rádio AM e FM. O time local é mais divulgado.
O cenário ainda é tão engraçado, que vemos a região nordeste, que têm seus principais times (Bahia, Sport e Vitória) respectivamente na sexta, sétima e oitava colocação em número de torcedores nordestinos, ficando atrás de Flamengo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Vasco na sua própria região.

Já nas capitais brasileiras vemos uma predominante vantagem dos times locais. Em Salvador o Bahia lidera com 38% dos torcedores soteropolitanos, o Vitória vem logo atrás com 21% da torcida baiana, logo após vemos o Corinthians com 5% deles e o Flamengo em quarto lugar com 4%. Em Recife o Sport fica com 35%, Náutico com 19%, Santa Cruz com 16%, o mais bem colocado que não pertence ao estado é o Corinthians com apenas 4%.

Os dados, aqui abordados por mim, foram coletados pelo instituto de pesquisa Data Folha realizada entre os dias 14 e 18 de Dezembro de 2010. O Datafolha ouviu 11.258 pessoas no Brasil, com idade acima dos 16 anos.

Link da pesquisa completa: http://datafolha.folha.uol.com.br/po/ver_po.php?session=965

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Seria o início da reforma tributária?

O jornal não é dos melhores... além de cheirar mal, é golpista, mas a notícia é boa!

“O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira (27) que o governo vai editar medida provisória sobre a desoneração da folha de pagamento. É possível até zerar a contribuição patronal para a Previdência, atualmente em 20%, sobre os salários. Isso deve ocorrer de forma gradual, em até três anos, disse ele.” Jornal Folha do Estado de São Paulo

A intenção é muito boa, afinal, desonerar o fator que a maioria das microempresas justificam por não regularizar a vida trabalhista de seus subordinados, é com certeza uma atitude louvável e que trará diversos benefícios para a classe trabalhadora. Porém precisaremos ainda contar com a votação da câmara dos deputados e do senado federal na busca pela aprovação da prosposta.

O Governo pretende desonerar as contribuições previdenciárias por parte das empresas, que hoje está na casa dos 20%, nos próximos quatro anos. É uma medida corajosa, que trará uma considerável queda proporcional na arrecadação de tributos, porém com uma expectativa de aumentar a contribuição para a previdência.

Uma faca de dois gumes, que pode sair caro ou barato ao Estado, mas que é um ótimo ponto de partida para assim começarmos de vez a discutir reforma tributária nesse país.

Mas com tanta reforma que o país precisa, ainda não vemos tanto empenho, por parte de nossos legisladores para resolvermos questões que, entra governo e sai governo, não saem do discurso manjado que sempre escutamos repetidas vezes.

Outro passo importante seria desafogar as microempresas que ainda suam para conseguirem solidez nesse mercado brasileiro que além de muito competitivo, conta com o sócio sempre presente, o Estado, que sem suar muito fica com quase metade da riqueza produzida.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

E o nosso Forró? Está morrendo?

Olá meu povo... primeiramente gostaria de pedir desculpas pela ausência que tive durante esses meses nas postagens do blog. Estava escutando músicas do verdadeiro forró e comecei a perceber o quanto ausente ele está na nossa região. Quando me refiro a verdadeiro forró, faço referência à Luiz Gonzaga, Elba Ramalho, Alceu Valença, Fagner, Flávio José, Alcymar Monteiro, Adelmário Coelho.

O que vemos é uma sangria onde cada vez mais, idiotas criam grupos musicais para agredirem nossa cultura e denegrir ainda mais a imagem do nosso povo nordestino. Gostaria de compartilhar com vocês um texto de Ariano Suassuna que toca exatamente nesse assunto:

"Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!’. A maioria, as moças, levanta a mão. Diante de uma platéia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, e todas bandas do gênero). As outras são ‘gaia’, ‘cabaré’, e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.
 
Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.
 
Porém o culpado desta ‘esculhambação’ não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando-se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de ‘forró’, parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde. Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado. Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo estético. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.
 
Aqui o que se autodenomina ‘forró estilizado’ continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem ‘rapariga na platéia’, alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é ‘É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!’, alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.”
                                            Ariano Suassuna