quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Tás a ver o que estou a ver?


Nunca pensei que poderia ter tanto prazer ao transformar meus pensamentos em aglomerados de palavras que tivessem sentido e que fosse usado para defender algo nobre e elementar como a luta social.

Sei que todos só lembram das pessoas maleáveis, das pessoas tranqüilas, de palavrinhas lindas e fáceis de serem absorvidas. É esse o perfil da pessoa de sucesso nesse mundo capitalista, preconceituoso e extremamente conveniente. Nos minutos vagos me pergunto se realmente vale a pena abrir mão de tanta coisa para levar até o fim seus ideais, suas lutas e sua dignidade. Agrega-se valor a tudo nesse mundo insano, onde perdemos a noção do que é certo, que é ético e o que é moral. Nessas mesmas viagens percebo que Deus não me fez com tanto amor pra ser conveniente à corrupção, pra ficar de braços cruzados a tudo que vejo e percebo, Deus me fez pra muito mais, me fez pra seguir os passos do seu filho que desceu nesse podre lugar para lugar, reivindicar e revolucionar o modo cristão de viver.

Como diria o mestre Gabriel O Pensador... “desde o saco do meu pai, to na batalha, não nasci pra ser esparro de canalha” . E nunca serei mesmo, teria que ingerir trocentos Dramin B6 a ter que aturar bajuladores e sanguessugas do dinheiro público e tomar uma simples refrigerante ao lado desses vermes que sempre habitavam e fazem parte da maioria que habita nessa terra.

O culpado disso tudo é o povo, que se vicia e se acomoda, não se interessa pelos rumos de sua cidade, pelos rumos do seu estado e tampouco pelos rumos do seu país. Lembra-se do país apenas em competições esportivas ou então na Copa do Mundo de Futebol, como se o país fosse viver da produtividade intelectual e econômica de uma chuteira.

O povo adora ser massacrado, é a espécie mais assídua do sadomasoquismo. É apanhando e pedindo mais, como se fosse uma prostituta esperando aquele orgasmo múltiplo que há diversos anos nunca teve, mas o que recebe é só pancada e xingamentos.

Penso também que ainda sou novo, e sou somente mais um impaciente esperando chegar a hora do meu país prosperar e ver meu povo escolher corretamente seus governantes, tomar o seu papel de cristão e vivenciar como se fosse um cristão, se preocupando com os irmãos favelados, sofridos e largados nessa sociedade inescrupulosa cheia de luxos e vícios. O imoral é visto como arte, e a arte é esquecida e jogada no lixo. Professor é visto como bom quando facilita as notas do aluno e não cobra o que deveria cobrar do mesmo, prejudicando assim todo um futuro que poderia ser promissor, mas se torna medíocre diante da trajetória escolhida.

Utilizar as nossas ferramentas inovadoras e tecnológicas para qualificar a ligação entre o poder e o povo é uma atitude simples e benéfica numa sociedade democrática. Nem que seja pra simplesmente expressar todo e qualquer sentimento que bate no peito ao ver tanta insanidade nessa vida cheia de farsas.

Vejo a onda crescente do movimento protestante em nosso país que se autonomearam “evangélicos”, como se os outros seguimentos religiosos não pregassem o mesmo evangelho e com mais livros e menos bravata. Como se fossem os donos da razão, capazes de se converterem e se salvar das trevas em uma semana e nesse mesmo curto espaço de tempo se tornar juiz da palavra divina e apontar com o dedo indicador que vai ou não para o inferno.

A hipocrisia toma conta dessa corja que também de protestante não tem nada, são mais coniventes aos benefícios gerados em torno da desonestidade, seja ela religiosa, política ou monetária. O movimento pseudo-protestante também busca uma prosperidade financeira a curto praza, mas claro... com toda manutenção do dízimo, para sustentar as “obras da igreja”.

Nas madrugadas vemos o apelo nas emissoras genuinamente mercenárias e corruptas, compradas com o dinheiro do trabalhador, dinheiro esse utilizado para fins lucrativos e sem tributação alguma, para as doações e agregações de mais e mais fiéis, que sejam também fiéis nas doações, pois quanto mais você dá, mais será abençoado.

Que Deus é esse? Deus que é vendável? Deus que atende primeiramente aos que compram-lhe bênçãos?

Prefiro ser tachado de adorador de Maria, freqüentador de candomblé ou até mesmo ser um aprendiz de médium, mas nunca perceberão em mim qualquer dom para vender, comprar ou até mesmo negociar Deus com aqueles que são facilmente alienados ou que lucram como todo esse mercado que vem crescendo e apresentando proporções de lucros exorbitantes tendo como única virtude saber a quem enganar, se é que podemos chamar isso de virtude.

Concluo meu raciocínio com uma frase de impacto que nunca será unânime... “Tá cheio de demônios nas ‘casas do Senhor’ .”

2 comentários:

  1. Mô, apesar de não concordar com tudo que vc pensa a respeito de determinados assuntos, fico magnificamente encantada com seu poder de manuzear as palavras. Axo gratificante que vc tenha essa autonomia para expressar seus objetivos e posição mediante a questões de cunho social, econômico e religioso.

    PARABÁNS !!

    Espero te ver crescer brilhantemente em sua vida profissional .

    ResponderExcluir
  2. parabens cara pela facilidade com as palavras mas nao precisa ser tao radical . tevemos esclarecer um assunto e nao ser tao radical com tao assunto

    ResponderExcluir