A questão é comum nas conversas que remetem ao tema, muitos
pensam que precisam deter conhecimento técnico em finanças para garantir uma
vida financeira saudável, mas a solução é bem mais simples do que se
imagina.
Então não preciso entender de fundos de investimentos, CDB,
ações, debêntures, mercado futuro e também aprender a calcular juros simples,
compostos? Dependendo do que você almeja, se você pretende ingressar no mercado
de capitais e fazer com que seus investimentos “trabalhe por você” e tenha uma
renda ou uma melhor performance dos que investimentos tradicionais como
poupança... a resposta é NÃO! Você precisa ter um bom relacionamento com o
banco que escolheu para concentrar seus recursos, observar as oportunidades que
seu gerente pode lhe sugerir, porém é salutar que você também estude e tenha
uma noção básica dos investimentos que porventura optar, não confie cegamente
em tudo que tentam lhe vender. No que diz respeito ao mercado de ações o
conhecimento requerido é mais denso, visto a volatilidade do mercado e as
variáveis que podem embasar sua decisão nos papéis a serem adquiridos.
Mas vamos deixar esta conversa técnica de lado e voltemos a falar
sobre o que te fez ler este texto até o momento. Como havia adiantado, finanças
pessoais tem mais a ver com comportamento e autocontrole, é concentrando seu foco
nos seus hábitos e revendo seu padrão de consumo que conseguirá êxito em sua
educação financeira.
Primeiro, vamos distinguir controle financeiro de educação
financeira:
Controle financeiro você pode fazer com uma agenda, um
caderno de anotações, uma planilha, um aplicativo baixado em seu smartphone, e
tal controle servirá de fonte de informações para as duas decisões, tais como: quando
comprar, qual parcela cabe no meu orçamento, quais datas são melhores para meus
pagamentos, e outras questões que envolvem seu planejamento financeiro;
Educação financeira requer uma mudança de postura, vai além
do controle financeiro, e foca no comportamento básico do cidadão de como ele
nutre sua relação com o dinheiro: por que comprar, notar a diferença entre
desejo e necessidade, compulsão por compras, como lidar com suas emoções diante
do bombardeio de propagandas que induzem o consumo desenfreado.
Então, a relação que você tem com os seus recursos
financeiros tema ver com seu comportamento, sua postura frente aos seus
objetivos, suas necessidades, e principalmente seu autocontrole. Somos
diariamente bombardeados com propagandas e artifícios criados com a finalidade
de despertar nossas emoções e criar necessidades por produtos e serviços que,
por vezes, nem mesmo precisamos ou queremos para nós, mas que simplesmente passamos
a desejar.
Não há educação financeira quando não há uma autocrítica do
seu padrão de consumo e o que esta postura vem causando em suas finanças, a
pretexto de “manter o status” as pessoas compram produtos de que não
precisam com dinheiro que não têm para impressionar pessoas de quem não gostam até,
para demonstrarem ser quem de fato não são.
Não há receita de bolo para ter uma educação financeira
saudável, mas deixarei aqui algumas reflexões importantes para que você mude
sua postura a partir da leitura deste texto:
Eu consigo poupar algo do seu salário?
Se eu ficasse desempregado? O que aconteceria?
Se eu permanecesse desempregado por 6 meses, 1 ano, o que eu
faria?
Se eu não pudesse mais trabalhar, como ficaria a situação
financeira minha família?
Quanto eu teria, se tivesse juntando 20% do meu salário nos
últimos 10 anos e aplicado num investimento com 1% de rendimento ao mês?
Eu costumo me planejar bem antes de realizar uma compra ou
investimento?
Eu tenho necessidade de comprar tudo que consumo atualmente?
Deixe abaixo nos comentários eventuais dúvidas, críticas e
sugestões.