A saga nordestina de viver numa país sem memória, sem escrúpulos e de negar suas raízes é com certeza o maior desafio de todos que vivem na região nordeste de nosso país. Um povo sofrido, explorado sempre pelos estados sulistas e sudestinos que vivem do mais-valia, ganhando em cima da miséria do povo mais trabalhador desse país.
Desde os tempos da criação de Brasília, já era perceptível a vantagem da proatividade dos nordestinos nos trabalhos da construção civil desse país. Hoje mais do que nunca, vemos as grandes metrópoles necessitando da mão-de-obra barata nordestina para faturar mais e mais com suas industriais e com a vasta ganância por dinheiro.
Segundo dados do IBGE, em média, o trabalhador nordestino ganha metade do que o trabalhador do sudestino. Essa diferença é estúpida devido a falta de investimentos em tecnologia por parte dos governantes nordestinos nesses anos de república, a falta de investimento em qualificação profissional e até mesmo de crédito para fortalecer o espírito empreendedor do trabalhador. Tivemos que passar por governos horríveis que seguiam a linha neoliberal do quanto pior melhor, pois assim teriam para sempre mão-de-obra barata e garantir ótimos preços para sua clientela.
Ainda percebemos a mania típica preconceituosa dos sudestinos e sulistas em menosprezar e agredir nosso povo, achando que poderiam ter todo esse poderio em mãos sem a nossa força de trabalho e nossa contribuição imensa, não seriam nunca estados ricos sem a exploração que fizeram do nosso povo, massacrando e marginalizando um povo que teve na Bahia a primeira capital do país.
Tá na hora de mudar essa realidade, valorizando nossa cultura, nosso povo e nossa terra. Com nossa vontade que temos pra trabalhar e com apoio e investimento das autoridades competentes, nem precisamos de petróleo para termos uma região com distribuição de renda igualitária, com profissionais qualificados e principalmente com um povo feliz por não ver seus familiares se retirando da sua terra-mãe para procurar trabalho e dar de comer aos seus filhos. Tá na hora de mostrar para o resto do país que somos brasileiros como qualquer outro cidadão nascido em outro estado e que hoje temos orgulho de dizer que melhoramos e muito o pais com um nordestino, semi-analfabeto, trabalhador e brasileiro na presidência que matou a fome desse povo e deu aula de administração pública para sulista e sudestino nenhum colocar defeito.
Negar sua própria história, raízes do seu povo, em favor de lucro, crescimento e destaque no cenário internacional é, infelizmente, mais do que típico de países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. No Brasil isso é gritante, o nordestino está em todos os estados, do norte ao Sul é presença nem sempre notável, quase nunca valorizada, mas muito importante.Grande parte ainda se encontra nos serviçoes-base, como construção civil e indústrias mais simples que em geral não precisem de mão-de-obra qualificada e de forma alguma ofereçam subsídios pra que o trabalhador se capacite e venha a atingir um posto mais digno(uma vez que isso acarretará maior custo por seus serviços). Mas o nosso povo já deu mostras do que é capaz,apesar de todo o preconceito, seja em outras regiões, internacionalmente, ou em seu próprio estado, resta agora que não precise mais caminhar sozinho, que tenha pelo menos a sua dignidade de ser humano protegida pelo governo local, que ainda está longe de atingir um patamar aceitável. O Nordeste já foi o lugar da seca, do sofrimento, da miséria, mas uma onda de mudanças está por mudar efetivamente esse cenário, para tanto depende ainda da honestidade dos governantes e da voz do seu povo, que deseja(embora de forma acomodada) não ter que expulsar seus filhos para que sobrevivam.
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