segunda-feira, 13 de julho de 2009

Paguei, pago e pagarei sempre o preço!


“Parar, não paro.

Esquecer, esquecer não esqueço.

Se caráter custa caro, pago o preço.

Pago, embora seja raro.

Mas homem não tem avesso

e o peso da pedra eu comparo

à força do arremesso.

Um rio, só se for claro.

Correr sim, mas sem tropeço.

Mas se tropeçar não paro,

não paro, nem mereço.

E que ninguém me dê amparo,

nem me pergunte se padeço.

Não sou, nem serei avaro.

Se caráter custa caro, pago o preço”

Sidónio Muralha

Que lindo poema!

Fascinado fiquei com esse conjunto de palavras que duma maneira magnífica consegue transparecer a minoria que tanto defende, honra e preza pelo caráter.

Além de custar muito caro, caráter ultimamente está em extinção, vivemos numa sociedade onde os valores morais são substituídos pelos valores agregados ao monetário. Aos que lhe faltam tal virtude... a frase é célebre: “Não há ninguém que não tenha seu preço”. Muitos se vendem baratos, outros vão de graça... basta arrumar um emprego... ele vende o serviço dele, ganha uma remuneração em troca e acha que ta devendo a vida ao indivíduo que lhe proporcionou tal emprego.

Penso que o resultado do caráter dum indivíduo é propiciado pela nossa maior instituição: a família. O filho terá, sem dúvidas, uma outra visão das atitudes ilícitas diante do aprendizado e dos exemplos que sua família lhe dá.

Eu, posso me queixar de tudo nesta vida, mas nunca serei ingrato ao dizer que meus pais me deram maus exemplos dentro e fora de casa. Dou graças a Deus por isso, eu tenho orgulho em relatar a todos que perguntam de onde é minha origem.

Meu pai já trabalhou no motor de sisal, recolhendo lixo por Goiabeira, colocando água em dorna nas residências de Goiabeira, já foi presidente da Associação do povoado, diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Coité, já foi dirigente de comunidade, já foi e é trabalhador rural, continua sendo a pessoa humilde que sempre foi e quando perguntado se não mudaria de opção política... por mais que já tenha presenciado inúmeras vezes tal cena... não me cansava de ver ele, com as mãos calejadas e sofridas para dar sustendo à família, mostrá-las sem timidez alguma a um poderoso político coiteense e lhe dizendo:

“__Tá vendo isso aqui? É feio! Eu sei... mas nunca passou por essas mãos desonestidade e canalhice”

Eu me enchia de orgulho no momento, me espelhava e me espelho nele, no seu caráter, na sua luta por dias melhores, na esperança por um município melhor, em defesa de sua classe e de seus ideais.

Sei que sou muito novo, ainda tenho muito o que pagar, pagarei e sem nenhum arrependimento esse peso tão caro e tão raro. Mas ficarei eternamente grato a Deus por ter me dado tanta força, ao resistir os benefícios da vida fácil, corrupta e conveniente.

Parafraseando D2...

“Se tudo tem um propósito
a gente não é só um numero
o que me parece lógico deixa o nome no muro
não tiro o pé não corro da dividida
deve a ver eu acho um propósito pra essa vida
escrever o nome da gente honrar a nossa família
porque se a gente tá vivo então coloca a pilha
get up, stand up, sai de cima do muro
vai botar a cara a tapa e vamos fazer barulho!”

Fazendo barulho, pagando o preço que for! Continuarei sempre na luta contra os meus inimigos, e como já dizia Cazuza... “os meus inimigos estão no poder”

Um comentário:

  1. Léo, fico feliz em ver uma excelente qualidade sua, que é a de escrever textos interessantes e com conteúdos importantes para a vida de qualquer um, estarei sempre aqui acompanhando esse blog que com certeza será muito visitado por muitas pessoas que gostam de bons textos, sorte aê !

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